Reflectindo a Psicologia...

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Desenvolvimento Cognitivo - Estádios de Piaget

Piaget estudou o desenvolvimento cognitivo da criança e, segundo este autor, a inteligência constrói-se progressivamente ao longo do tempo, por estádios ou etapas constantes e sequenciais, ou seja, de ordem invariável.
Defende uma posição construtivista/interaccionista: as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio, tendo um papel activo no seu próprio desenvolvimento cognitivo. 

Esquemas de Aprendizagem: categorias mentais que organizam a relação sujeito/meio e as experiências. São muito importantes para a aquisição de conhecimentos.
  • No inicio da vida: Esquemas reflexos inatos (movimentos reflexos. Ex.: sucção)
  • Mais tarde: Aprendizagem:
    • Adaptação: construção de novos esquemas que resultam da
      • Assimilação (processo adaptativo que consiste em incorporar novas informações nos esquemas existentes) e da
      • Acomodação (processo adaptativo que consiste em ajustar os esquemas existentes a novas situações; alteramos os esquemas de maneira a assimilar novas informações).
      • Equilibração, mecanismo regulador da assimilação e acomodação que permite a adaptação do indivíduo ao meio, permitindo uma progressão no sentido de um pensamento cada vez mais complexo.

      Os estágios de Desenvolvimento Cognitivo de Piaget, dividem-se em:
    • Sensório-motor (0-2 anos);
    • Pré-operatório (0-7 anos);
    • Período das operações concretas;
    • Período das Operações formais;

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A aprendizagem pela experimentação

A aprendizagem é o processo pelo qual se adquirem novos conhecimentos, se desenvolvem competências e se mudam comportamentos. Existem várias teorias que se debruçam sobre esta temática e que apresentam diferentes pontos de vista acerca do modo como se processa.
No entanto, e independente da perspectiva, parece não esxistir qualquer dúvida em relação à importância do contacto com o meio para que se proceda à integração e assimilação de conhecimentos, quer se trate de um esquema tipo "tentativa-erro", quer seja por modelagem (imitação). Quando assim é, e complementarmente num sistema de troca dinâmica com os factores de ordem individual interna, podemos garantir que se está , de facto, a dar o processo de aprendizagem. Isto porque não podemos descurar variáveis como a motivação, os reforços e as competências de carácter cognitivo.
A prática favorece o desempenho , em qualquer que seja o domínio a considerar. Não restam dúvidas quando falamos de uma actividade desportiva, de aprender a tocar um instrumento músical ou de cozinhar. Caso flagrante é o da condução: seria impensável não ter aulas práticas ( mesmo depois de bem sabida a teoria do código) e, ainda assim, só se aprende verdadeiramente a conduzir depois de muitas horas de prática, após aprovação no exame. Da mesma forma, desenvolver competências de cálculo ou aprender uma língua estrangeira está fora de questão sem muito exercitar. Percebe-se agora bem a componente prática dos cursos e a necessidade de estágios integrados na formação académica para que os profissionais sejam minimamente competentes...Conclui-se , assim, perfeitamente que é impossível dissociar a aprendizagem da prática social.

                                                                       por Alexandra Macedo ( psicóloga)  in  " EstarBem" _ Revista J

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Qual o factor mais preponderante na aprendizagem? Hereditariedade VS Meio.

  A Hereditariedade consiste no património genético que herdamos dos nossos progenitores. A morfologia, a fisiologia, ou mesmo traços de personalidade são características que herdamos dos nossos pais. De forma mais objectiva, a Hereditariedade é aquilo que é intrínseco ao sujeito (inato). Podemos dizer que o padrão genético influencia as características da personalidade e aprendizagem, mas por outro lado, se essas não forem estimuladas pelo meio nunca se desenvolverão.
Ao falarmos do meio convém esclarecer que este diz respeito: ao ambiente familiar (se é ou não estimulante), à cultura em que se está inserido, ao grupo de amigos à qual se pertence, ou até mesmo ao tipo de clima faz na zona geográfica onde se habita.
A relação mútua que deve existir entre a Hereditariedade e o Meio é designada por fenótipo (a influência genética com a influência ambiental). Remetendo para o caso de Genie debatemo-nos de frente com esta questão fenótipa. Segundo percebemos no documentário, Genie nascera já com um ligeiro atraso no que respeita à aprendizagem. Contudo, o facto de esta ter vivido os seus primeiros anos de vida isoladamente num mundo à parte ( um meio nada estimulante) no período crítico para certas aprendizagens,  não permitiu que ela adquirisse as aprendizagens fundamentais nessa primeira fase da vida . Posteriormente, de um momento para o outro, ela passa para uma realidade completamente distinta e é submetida a uma aprendizagem forçada.  

Caso Genie

Genie trata-se de uma menina achada aos 13 anos pelas autoridades, após ter sido totalmente privada de contacto humano e de qualquer input lingüístico até aquela data. Quando Genie foi reconduzida a um meio social comum, dois factos ressaltaram: (i) Genie tinha a capacidade de aprender muitos itens lexicais, mostrando até sutilezas nocionais; apesar disto, (ii) ela nunca conseguiu proficiência lingüística  para concatenar estes itens sintaticamente e para desenvolver fala além do nível telegráfico. A sua capacidade  de expressão por meio da linguagem falada era muito limitada.   No caso de Genie, a exemplo de crianças com surdez congênita, a linguagem em Genie não se desenvolveu porque a criança não teve contato com os dados primários da língua-mãe durante o período ( periodo crítico)  no qual ela poderia vir a desenvolver linguagem e ser uma falante nativa de inglês. Por outro lado, Genie demonstrou ter um desenvolvimento cognitivo normal. Após curta exposição, ela conseguiu atingir o nível de se fazer entender adequadamente por gestos sobre os factos do presente, passado e futuro, sobre o mundo animado, inanimado, físico e condicional. Entendia os objetos ao seu redor, sabia manipulá-los com propriedade social. 

quarta-feira, 30 de março de 2011

A Ciência VS Senso Comum

Da Ciência ao conhecimento vindo do Senso Comum vai uma grande distância. O Senso Comum é empírico , pois basea-se  em sentidos, crenças , tradições e experiências do quotidiano. Constitui-se como o saber popular e é comum a toda a gente. Por sua vez, o Conhecimento Científico é fruto do raciocínio objectivo,  assente na faculdade racional do ser humano e em métodos experimentais. 
O Senso Comum é um saber, informal,  que se adquire em sociedade através das  relações que se estabelecem naturalmente. É portanto um tipo de conhecimento superficial fundamental para os membros integrantes de uma sociedade. Contudo, é um tipo de conhecimento ,que apresenta alguns contra sensos como o prolongamento de crenças e opiniões menos verdadeiras que habitem no tempo . Já a Ciencia está dependente de um ojecto de estudo e de um método específico para fundamentar uma dada teoria ou constatação. É portanto, um conhecimento que está em constante mutação.